sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Lobisomens da Ilha da Pintada...



"É noite de lua cheia. A partir da meia-noite os cães começam a uivar e o vento balança os galhos das árvores. Os moradores da Ilha da Pintada já estão recolhidos em suas casas e escutam, entre os uivos dos cães, um uivo diferente, mais estridente e assutador. A criatura que uiva é conhecida como lobisomem..."

Isto era um acontecimento comum  quando os moradores da Ilha da Pintada tinha suas casas iluminadas por lampiões, velas e fogões a lenha. Nos dias de hoje, em pleno século XXI, histórias sobre lobisomens ainda são contadas. Além do uivo, algumas pessoas já viram a fera. Quem viu, alega que é um ser meio-homem e meio-fera, peludo, com dentes e garras animalescas. Se você cruzar com a fera, é melhor ficar na sua, não provoca-lo ou vai ter que correr muito para não ser atacado. Tem um caso de um guarda que foi espantar uns cães e viu, perto deles um lobisomem e deu um tiro com a espingarda. O lobisomem rosnou e foi atrás do guarda que, apavorado, correu como nunca correu antes. Isto aconteceu  a uns vinte anos atrás. Mas a casos recente também. Em 2008, uma garota viu um lobisomem na rua Nossa Senhora da Boa Viagem. Assustada, correu para sua casa que ficava por perto e trancou a porta além de querer bloquea-la com qualquer móvel.
Além da Ilha da Pintada, os lobisomens já foram vistos na Ilha das Flores e Ilha Grande dos Marinheiros. Os lobisomens destas Ilhas não são considerado agressivos como os do cinema mas, é melhor não provoca-los e eles são vistos nas noites de lua cheia.


  Lobisomens de cerãmica da Ilha da Pintada feitos por Fabiano Ilha.






A Ilha da Pintada faz parte do Arquipélago que pertence a Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, Brasil.
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#NOTA
Extraído de http://tribosdanoite.blogspot.com.br/2010/09/lobisomem-da-ilha-da-pintada.html

CAÇADO

Da série Minicontos Licantrópicos


Quando a lua raiou, ele já estava distante. Havia dirigido por horas ininterruptas e o fato de ter chegado a outro Estado lhe passou a sensação de que já estaria em segurança. Ao sair da rodovia interestadual, bastaria dirigir por mais cinco quilômetros e logo ele chegaria ao sitio do Bino, um velho amigo que, sabendo de tudo, se prontificou a lhe dar abrigo.

Faltando menos de um quilometro para a entrada da propriedade, foi preciso frear de súbito quando os faróis iluminaram um corpo estendido no meio da estrada. Imediatamente ficou claro que o corpo era de Bino, e que ele havia tido uma morte horrível.

Antes mesmo que a primeira marcha pudesse ser engatada para colocar o carro novamente em movimento, um grupo de meia dúzia de criaturas horrendas e bizarras surgiu da mata circundante à estrada e cercou o veículo.

Naquele momento de tensão que antecede o mais sintomático desespero, uma reflexão tão contundente quanto inusitada lhe veio à mente: Por que a imensa maioria das pessoas acredita que os lobisomens são meros seres fictícios perpetuados apenas no folclore e na fantasia? Pelo simples fato de que os descobridores da verdade raramente conseguem se manter vivos por tempo suficiente para contribuir com a mudança dessa realidade. 

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#NOTA
texto extraído de http://escriturasdaluacheia.blogspot.com.br/

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Raças de Lobisomens

  1. 01. Droinans
São os chamados lobisomens puros, nascem humanóides, se reproduzem e ao alcançarem a maturidade “espiritual” se convertem em criaturas bestiais semelhantes a lobos gigantes. Não retornam a forma humanóide, sendo que devido a limitações biológicas* não suportam a luz direta do sol. Por isso jamais serão vistos em ataques diurnos. São socializáveis com os de seu sangue e com aqueles de alto grau de parentesco biológico.

  1. 02. Lupinos
Nascem lobisomens puros, porém devido a uma mutação cromossômica aleatória, podem retornar a forma humanóide. Mas não possuem controle total sobre o processo de metamorfose, principalmente se forem instigados ao ódio. Existem dois tipos de lupinos:
- Metamorfos (Tornam-se irracionais na forma de lobo)
- Woyruas (Mantêm-se racionais na forma de lobo)

  1. 03. Lycans
Nascem lobisomens puros, podem se reproduzir*, mas mesmo assim são a minoria dentre os seus. Devido a uma mutação cromossômica e outra gênica raríssima também podem retornar a forma humanóide, ainda com a vantagem de possuir o total controle sobre a metamorfose. São líderes natos, extremamente racionais mesmo na forma de grotescos lobos. Como dominam o processo metamórfico e conhecem bem suas conseqüências*, raramente são vistos assumindo a forma em um combate.

  1. 04. Metassimbiontes (Sub-raça)
Não são lobisomens naturais e muito menos assumem a forma de lobos, não apresentam metamorfose. São na verdade humanos ou atunianos, recrutados voluntariamente para a causa. Recebem um exo-implante cérebro espinhal que os tornam sensitivos como um de raça natural. Tornam-se, fortes, resistentes e habilidosos, apresentando variações na dentição e no globo ocular. São considerados híbridos e não conseguem se reproduzir devido a uma inviabilização hormonal ditada pela nova natureza.
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CRÉDITOS:
Trecho extraído de http://dicksondaymoon.wordpress.com/2011/02/17/a-droinus/ 
TODOS OS DIREITOS  RESERVADOS

sábado, 4 de agosto de 2012

Sonhos Lupinos #4

Esse sonho eu tive já faz um tempo. O céu estava laranja pelo entardecer. Eu estava com um grupo de pessoas em lugar do meu bairro, onde há muitos barrancos. De repente saí correndo a esmo por entre esses morros. Eles eram muito inclinados, de forma que tive que apoiar um dos braços enquanto corria. Durante a corrida houve a minha transformção; pude perceber que meus braços estavam mais peludos e robustos. Adentrei mais no mato, e me vi em lugar que nunca vi antes. Ainda no mato, rondei por uma casa cercada por um muro na parte de trás, e na parte da frente dava para uma rua asfaltada. Com um pulo a esmo foi para essa rua e me vi em uma encruzilhada. Na minha frente, (eu estava no meio da encruzilhada) haviam duas subidas, e fiquei aí parado sem saber para onde seguir. É aí que o sonho acaba.

domingo, 29 de julho de 2012

Sonhos Lupinos #3

Nesse mês, eu sonhei que estava conversando com alguém dentro de um banheiro público. Durante a conversa, senti contrações dolorosas no meu corpo, de forma que tive que me abaixar. Me virei para olhar pela janela, de forma que fiquei de frente para as divisórias que separam os sanitários e pude ver a Lua cheia em contraste com o céu negro.

Dentro das divisórias haviam três crianças (uma em cada divisória) tirando sarro de mim por algum motivo. Meus instintos me fizeram ir de encontro a uma das crianças sobre os quatro membros ainda, mesmo não estando totalmente transformado. Cheguei na porta do meio, e a abri com um tapa muito forte. A criança (que pude ver que era um menino) recuou até a parede com cara de medo. Coloquei a mão (ou pata nesse caso) no ombro dele, e pude ver minhas garras.

Ao ver minhas garras, o meu lado consciente me segurou. Eu o larguei e examinei minhas mãos. Ainda não estavam peludas ainda. Toquei nos meu dentes, e pude perceber que meus caninos estavam grandes e pontiagudos. Disse para mim mesmo: "controla, controla". Me virei para a pessoa com quem eu esta conversando. Não reconheci o rosto, mas (possivelmente era um homem), pude reconhecer sua expressão de espanto ao presenciar essa cena, da qual eu fui o protagonista. O sonho acaba aí.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Amor Proibido

 
Nany e Leandro estavam passeando pelo parque, de madrugada, em lugares opostos, mas indo para a mesma direção. A Lua estava em fase crescente e dentro de alguns dias estaria cheia. Ambos estavam de cabeça baixa, passos lentos, pois estavam reflexivos sobre suas vidas e sobre o que fazer com elas. Ambos gostavam das madrugadas, não só pelo fato de ser o momento mais tranqüilo do dia, mas principalmente, eles eram criaturas da noite. Leandro era um lobisomem, e Nany uma vampira.

O parque estava localizado numa região ligeiramente alta na cidade. O ponto aonde os dois seres noturnos iam era um banco num ponto onde se tem uma vista panorâmica da cidade. Era o ponto ideal para se meditar. Como estavam imersos em seus pensamentos não perceberam a aproximação um do outro. Ambos se viraram em direção ao banco, e foi aí que se viram. Ambos se assustaram

Nany tinha a pele pálida, branca como a Lua, mas seus lábios eram rosados, e com aspecto de serem delicados. Vestia um vestido de seda preto que cobria todo os seu corpo, e um corset por cima, que delineava seus contornos femininos. Seus cabelos eram longos, lisos e negros. Os vampiros em geral, exercem um poder de sedução natural de sua raça. A cara de susto dela a fazia ficar mais atraente, pois dava a impressão dela ser indefesa, o que instigava em Leandro o instinto de protege-la. Era era linda como o brilho da Lua cheia, bela e delicada como uma rosa!

Leandro estava vestido com jaqueta de couro, causa jeans e camiseta preta. Seus cabelos eram longos, e seus músculos definidos. Seus olhos eram castanhos claros, que brilhavam apesar da fraca luz lunar. Não usava barba, e sua pele era lisa, o que lhe conferia um ar de anjo, não fosse o rosto austero. Nany se sentiu atraída pelo seu aspecto masculino.

_O que está fazendo aqui? _ Disse ele, com a voz grossa, mas aveludada, o que fez Nany estremecer por dentro.

_Eu só vim aqui pra pensar _Respondeu ela. Seu timbre de voz, agudo, mas delicado, surtiu o mesmo efeito em Leandro.

_Esse é meu lugar preferido pra meditar _ Disse Leandro

_O meu também. Esperava que fosse exclusividade só minha.

Ficaram em silêncio por alguns instantes. Leandro por fim quebrou o silêncio.

_Bem, então não vejo outra solução. Como sou cavalheiro, só posso pedir que se sente comigo. É chato passar noites em claro... Sozinho. Queria alguém pra conversar. _Era óbvio que estava tentando seduzir a vampira.

Ingênua, ela aceitou. Geralmente ao ver uma garota bonita, seus instintos animalescos o faziam perder o controle e acabavam matando a pobre inocente. Mas com essa não. Ela despertava o desejo de protege-la. O que havia de tão diferente nela? nela


Foi assim que se conheceram. Os dias se passaram, e criaram esse hábito de se encontrarem sempre no mesmo lugar. E ambos descobriram que estavam enamorados um  pelo outro. Mas eles nunca descobriram o verdadeiro lado de cada um pelo fato de nunca se tocarem nesse meio tempo. Nesse fatídico a Lua estava cheia. Leandro então comentou:

_Olhe, como a noite está linda hoje

_Realmente. _respondeu ela, e ambos sorriram um pelo outro.

Seus rostos estavam radiantes. Suas pupilas se dilataram, e então veio o desejo de se tocarem. Eles se aproximaram, suas mãos se tocaram, seus rostos aproximaram, e, antes que se tocassem, ambos sentiram o cheiro um do outro invadindo suas narinas. Cheiros de vampiro, e de lobisomem.

_VAMPIRA!
_LOBISOMEM!

Gritaram ao mesmo tempo e se afastaram.

Como era Lua Cheia, era mais difícil para Leandro controlar a mutação. Ele esteve segurando bem a barra, até o presente momento. Primeiro; o susto causado em saber que sua amada era de espécie diferente da dele. Segundo; seus instintos sabiam que ela era sua pior inimiga. Não havia como segurar agora.

_Porque não me disse isso antes?! _ Disse Leandro que se transformou. Suas roupas rasgaram, suas garras cresceram, junto com seus dentes, de forma que se tornou uma horrenda criatura.

Simultaneamente, Nany, espantada, Deixou seus dentes crescerem para se proteger. Mas ao fazer isso, seus instintos vampíricos tomaram conta dela. Já não existiam mais dois amantes e sim dois inimigos mortais.

Leandro desferiu um tapa no rosto de Nany, fazendo cortes profundos, e com a foça do golpe, foi jogada para trás. 

Paralelamente, Karen, sua irmã, sentiu o medo de Nany.  Os vampiros de um mesmo clã têm uma estranha ligação mental entre si, de forma que se um membro está em perigo, ele sempre será salvo por algum outro membro. No caso das duas, a ligação era mais forte  por causa de seus laços sanguíneos. Ela estava longe, mas veio velozmente salvar sua irmã.  

Nany se levantou enfurecida 

_O que você fez comigo? AHH! Você me paga! Você vai se arrepender por ter cruzado o meu caminho... _ Disse ela e deu outro tapa de volta no lobisomem. O golpe foi muito forte, deixou-o tonto, mas não foi o suficiente, pois ele se recuperou rápido.

Ao tentar desferir mais um golpe, Leandro foi atingido por uma coronhada no queixo. Isso o derrubou e o deixou desnorteado. Era da pistola glock de Karen, que veio voando em alta velocidade, suas asas negras saindo de suas omoplatas.

_Você machucou minha irmã! Vou despedaçar seu coração com as minhas mãos!_Disse Karen

Karen, como sua irmã tinha o mesmo aspecto da pele. Mas seus olhos eram de um castanho bastante claro. Podia ser bela, não fosse o seu rosto estar desfigurado pela fúria. Estava vestida com um corset

Karen mudou de idéia, por que viu que ele era muito poderoso, então tentou disparar no corpanzil caído, mas constatou que a arma estava descarregada. Normalmente andava com ela sempre carregada com balas de prata, mas hoje, por um descuido esqueceu a munição no covil.

O lobisomem percebeu, e se preparou para atacar e avançou com energia. Não havia outra alternativa, senão fugir, então as duas alçaram vôo, fazendo a criatura lupina atacar o ar, de forma que, quando atingiu o chão, fez levantar uma quantidade significativa de poeira.

Nany fraquejou durante o vôo. Seu ferimento no rosto a fazia perder muito sangue, e, portanto energia. Karen percebeu isso e as duas pararam em cima de uma árvore para descansar. Mas Karen olhou para Nany com aquela cara de uma mãe que olha para um filho mal criado, então desferiu outro tapa nela., vertendo mais sangue.

_Nany, se você não sabe, um arranhão de lobisomem é capaz de matar um vampiro! _ Disse Karen. Então ela usou seus caninos para furar seu próprio pulso, e deu de beber á sua irmã. Os ferimentos começaram a cicatrizar no mesmo instante, e muito rapidamente.
  
Ouviu-se um uivo bem perto dali, e elas olharam apreensivas. O lobisomem estava no encalço delas.

_Eu tenho uma erva que pode acabar com os lobisomens. _ Disse Karen

_Agora você me ajuda né mana! depois de praticamente me desanimar.

 _Não há tempo para choramingar! Precisamos ir ao esconderijo logo

E elas alçaram vôo novamente, avançando por entre a noite enluarada. suas asas negras fazendo um ruido característico conforme o vento passava por elas. Por fim chegaram ao covil. Era no alto de um monte rochoso, onde havia uma abertura que formava um túnel que se aprofundava até o centro do monte. Elas aterrissaram na parte plana na frente da caverna. Ainda podiam ouvir o urros e rosnados da besta que se aproximava com fúria e vigor.


O brilho da lua era o suficiente para revelar uma mancha negra que se apromava da covil subindo pelo rochedo. Era o lobisomem escalando com suas potentes garras

"Essa não!" pensou Nany

_Vou despedaçar seu coração com as minhas mãos!_ Esbravejou Karen, e as duas entraram correndo na caverna

_Você tem é que procurar um jeito de acabar com ele  _ disse nany com pesar. Ela sabia que esse monstro era o seu amado.

_Vamos! _ Disse Karen

E elas desceram mais, e depressa. Os uivos e rosnados ecoaram pelos túneis, o que indicava que ele invadiu o covil.

_Droga! ele vai matar a gente! _ disse Nany. _ Já sei, vamos nos separar, e vamos vagar pelos túneis. Ele vai seguir nosso cheiro pela caverna inteira, vai ficar desorientado e vai desistir

 O plano de Nany era poupar a vida do seu amor

_É arriscado _ Disse Karen_ Ele pode nos emboscar!

Outro urro

_Quer saber? É tudo ou nada_ Respondeu Karen

E elas se separaram. Passararam pelo labirinto de túneis que era o covil durante a madrugada inteira. Durante uma dessas passagens, Sem que sua irmã soubesse, Karen passou pela sala do arsenal e recarregou sua pistola com balas de prata.





A tática era interessante; elas passavam correndo pelos corredores, sempre perto dele. Ele se virava para caça-las, mas elas já tinha sumido, então era atraído por outra, e assim até que o lobisomem se enfadou e farejou a saída para fora da caverna.

Mas já era muito tarde, ou melhor, muito cedo. O dia já estava amanhecendo, a Lua já estava se pondo, e o céu ficou tingindo de uma tonalidade entre o preto e o azul. A Lua cheia já não exercia mais poder sobre a transformação de Leandro, e ele voltou á forma humana lá dentro mesmo da caverna.

Seu gemidos de dor chamaram a atenção das duas em dois locais opostos um do outro. Nany pensou: ele agora está em perigo, preciso ajudá-lo. Sua irmã pensou: é a minha chance de acabar com ele! E ambas saíram correndo em direção a ele.

Leandro estava nu. Ele saiu meio correndo, meio se arrastando em direção á saída, a duas quase se trombaram ao entrar na mesma galeria, a que levava a saída. Ela o viram ao mesmo tempo, e Karem sussurou para sua irmã:

_Que delicia... Mana, eu te dou a honra de matar esse lobisomem infeliz! _ E estendeu sua pistola para Nany, que hesitou

Os super sentidos de Leandro o alertaram da presença das vampiras, então eles se virou e disse aos brados:

_Vou arrancar a cabeça de vocês duas!

Karen se sentiu provocada, e falou por entre a escuridão:

_Como se você já esta na sua forma humana? HAHAHAHAHA....Você não pode mais com a gente! Você já esta morto!

Ela saiu do esconderijo e apontou sua pistola para Leandro. Como Nany não pegou, ela continuava em posse de Karen.

_Essa pistola esta carregada combalas de prata_ disse ela

_Oh não! E agora! Por favor piedade! _ Apelou Leandro, tomado de um terror instantâneo

Nany estava passiva de terror, torcendo para que alguma coisa acontecesse e Seu amor pudesse ser salvo

Karen fez a mira, e disse séria:

_Na hora que você estava matando minha irmã você ñ pensou em livra-lá néh, agora quer piedade? já é tarde demais... Prepare-se para morrer... MORRAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Leandro, invocando todas as sua habilidades lupinas, mesmo na forma humana, conseguiu correr até a saída. Percorreu uma grande distância, muito rapidamente. Mas não foi o suficiente. a bala o atingiu em cheio nas costas, fazendo-o gritar de dor.

_NÃÃÃÃÃÃOOOOOO... KAREN! O QUE FOI QUE VOCÊ FEZ?! _ Nany entrou em desespero e saiu correndo ao encontro de Leandro

Leandro por fim conseguiu sair da caverna, mas foi tarde demais. A prata já estava em seu organismo corroendo-o por dentro muito rapidamente. Suas forças se esvaiam muito rapidamente, sua respiração ficou entrecortada, sua pulsação subiu e caiu repentinamente. Ele não resistiu e caiu inerte na frente da caverna mesmo, o sangue saindo pela boca. Estava morto.

Nany surgiu logo em seguida. Como o sol ainda não havia aparecido, ela ainda podia sair. O Céu agora estava entre o laranja e o rosa. Ela se ajoelhou ao lado do corpo aos prantos, soluçando

_Leandro Diga que não morreu! Vamos fazer as pazes!

Sua irmã chegou ao lado dela e disse pasma?

_O que pensa que está fazendo?

_O Que você fez Karen? _ Disse ela aos soluços, sem olha-la

Nesse momento, elas sentiram uma outra presença perto delas. Nany levantou o olhar e viu Leandro em pé na sua frente. Mas espere! Ele estava morto na sua frente! Ela prestou mais atenção e reparou que estava envolto numa especie de luz. Era o fantasma dele.

 _Eu estou morto minha querida. _Disse ele. Sua voz se assemelhava a um eco. _ A Sua irmã me feriu gravemente, e não pude resistir. Agora, não posso falar com você, minha alma precisa ir fazer a travessia.  Adeus...

_Porquê?! AAAHHH!! não se vá!! Por mim! Não me deixe...eu imploro...
Então o brilho ficou mais intenso, de forma que as duas tiveram que cobrir o olhos. Quando o brilho desaparece, Leandro some, e só ficam as duas ali.

Sua irmã, de pasma, passa a ficar indignada

_Você o amava?!

"Ora essa", pensou ela, "onde ja se viu, um lobisomem com uma vampira! É o cúmulo!"

 Nany continuava chorando, inconsolável. Sua irmã viu de longe a bola laranja que é o Sol, se erguendo no horizonte.


_Nany! O Sol!

Karen voltou rapidamente para a caverna. Mas Nany ficou

_Nany, o que você está fazendo? Volte aqui! Rápido!

_NÃO! Eu vou ficar aqui mesmo!

O Sol se levanta, e seus raios atingem o topo do cume.

_NANY!!!

Nany não se move. Ela fica lá, gritando de dor enquanto seu corpo se incinera. Karen se recolhe para dentro do covil, com um tremendo peso no coração, por ter perdido sua irmã, e lá ela fica até a próxima noite.

A noite por fim chega, e Karen sai da caverna. Ela chega perto da estátua enegrecida de sua irmã, em cima do cadáver do lobisomem na forma humana. Alguns corvos estavam devorando a carcaça. Eles alçam vôo quando ela se aproxima. Ela estende a mão trêmula e a toca de leve. A estatua de cinzas se desfaz instantaneamente, e Karen grita de dor. Dor por ter perdido sua querida irmã, que ela tanto amava. Por fim, ela pega o cadáver, e o joga do alto do monte pedregoso, aos prantos. Ela se ajoelha ali mesmo, e chora. Chorará até que a fome a faça sair à caça de alguma presa descuidada.













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 #NOTA DO AUTOR
Esse post foi uma homenagem às minhas amigas, minha musas inspiradoras que deram a idéia de fazer essa história durante uma mera brincadeira.


terça-feira, 20 de março de 2012

Quaresma

Naquele dia, em especial, o lobisomem estava rondando a esmo por uma rodovia no Brasil, que estava cercada por mata. Como toda rodovia, sempre havia algum lugar para um caminhoneiro parar, e fazer uma refeição. O único aspecto negativo era esta lanchonete ficar mais afastada que o normal da rodovia. Era até frequentada durante o dia, mas a noite, era como se ficasse escondida. Ela era do tipo, posto de gasolina e loja de conveniência, mas também havia espaço ali para fazerem refeições.

Só haviam três pessoas trabalhando ali: Daniele,  João e Miguel. Daniele era uma mulher bonita, com belos cabelos escuros lisos. Era a garçonete. João, era o cozinheiro. Era ligeiramente gordo, pois gostava de experimentar suas receitas ele mesmo. Por fim, Miguel, era o dono do lugar, mas também servia como garçom.

O movimento do caixa estava muito ruim nessa época do ano, não só pela má localização do estabelecimento, mas devido também ao período posterior ao do carnaval. Então eles resolvem cada um cuidar de uma coisa. João estava lavando a louça (que não era pouca), e estava sendo ajudado por Daniele, enquanto ouviam a televisão ligada. Miguel estava sentado numa das cadeiras, lendo um jornal, cuja matéria dizia:

"É no período que abrange a quarta-feira de cinzas e a Páscoa, conhecido como Quaresma, que o Lobisomem se transforma e domina as madrugadas, diz a lenda."

De repente a luz acaba. Tudo ali ficou em breu total, a não ser pelo brilho prateado da Lua cheia.
_Droga! _ praguejou Miguel.
_Deve ser problema do disjuntor _ Disse João _ pode deixar que eu vou ver

Os disjuntores ficavam do lado de fora do estabelecimento. João seguiu pelo corredor, com a luz da lanterna do celular, sem perceber os olhos amarelos que o seguiam pelo lado de fora, através do vidro. Ele foi até o ultimo cômodo, onde ficava o estoque. No teto podiam ser vistos os cabos por onde passavam a energia. Lá ficava a ultima porta, que dava para o matagal atrás da loja. Segundo ele, era a porta mais inútil que havia ali. nunca era usada a não em momentos como esse, quando acabava a luz.

A caixa dos disjuntores ficava na parede no lado fora, atrás do cômodo onde ficava o estoque. Ele ligou e desligou-os, mas nada de acender alguma luz.

_Ora essa _ praguejou _ será que o problema é nos cabos?

A luz da Lua não atingia aquele lado. Ele iluminou a parte de cima, acompanhando os cabos, até a abertura no alto da parede que os levavam para dentro do estabelecimento. Visualmente nada errado. Então iluminou a parte debaixo da caixa onde ficavam os disjuntores e... ahá! Os cabos estavam cortados. Eram três cortes paralelos. O mato atrás dele se mexeu. Ele virou instintivamente para ver o que era. "Deve ser um animal, na certa", pensou ele. "Eu não vou perder meu tempo aqui", pensou ele com desdém.

Então ele fez menção de entrar de volta, chegou até a se virar, mas algo assustador aconteceu. Alguém, o alguma coisa o pegou por trás. Sua boca foi tampada por uma mão muito forte. Mas não uma mão qualquer, era uma musculosa, peluda, como se fosse uma pata. Seu tronco foi segurado com força. O hálito da criatura em seu pescoço cheirava a algo parecido com carniça, e pela respiração, estava meio ofegante. João tentou se debater para fugir, mas a cada esforço esse estranho fazia o dobro de força, e a cada tentativa rosnava. Sua garganta foi cortada, de modo que quando tentou gritar por socorro, sua voz mais parecia um ruído rouco, por que fora cortada por onde o ar passava. Portanto ninguém o ouviu.

Seu coração começou a bater de desespero, por que sentia o ar saindo de seus pulmões, pela abertura na garganta, a dor do ferimento era intensa, como se fosse ferro em brasa atravessando sua carne, o sangue jorrando sem parar pela artéria rompida. Foi jogado com força de costas no chão, e última coisa que viu em vida, foi uma bocarra cheia de dentes engolindo seu rosto.

_ Acho melhor irmos embora _ disse Daniele, logo em seguida de João ter saído_ Me dá uma carona até o ponto de ônibus, chefe?

_Claro _ disse Miguel _ o movimento tá ruim mesmo.

Pegaram suas coisas e foram para o estacionamento. Daniele jogou sua bolsa de camurça preta no banco de trás pela janela semi aberta.  Ela tentou abrir a porta do passageiro, Mas só um detalhe: o carro estava trancado. Daniele olhou-o de esguelha para ele repreendendo-o

_Er... _disse ele encabulado, batendo em seu bolsos_ é mesmo. Acho que deve ter ficado lá dentro.
Ao dizer se virou automaticamente para entrar na loja. _Vou aproveitar e ver por quê o João está demorando. Já devia ter acendido as luzes.
_Tudo bem, eu espero

Apesar de estar escuro, a luz refletida pela Lua iluminava o ambiente. Daniele ainda pôde ver a silhueta de Miguel entrando no estabelecimento. Nesse mesmo instante, quase simultaneamente, ela percebe um vulto se movendo pelo matagal. Pôde discernir braços, e um tronco. Era bem musculoso. Era um homem? Sim. Não, espere: seres humanos não têm pelos em excesso. Nem orelhas pontudas. Ela ficou em choque. Reconheceu de imediato que era um lobisomem, mas ficou estática. Seu coração começou a pulsar loucamente no mesmo instante. Não houve tempo de avisar Miguel. Já devia estar lá dentro da sala do estoque. Quanto havia se passado? Dois minutos? Cinco? Dez?. Não importa. O fato é que ficou por tanto tempo ali parada que sentiu que era tarde. Num impulso, ela entrou correndo atrás dos amigos. Mas não teve sorte. Ainda pôde olhar nos olhos da criatura por alguns instantes, antes da sair em disparada, com a besta em seu encalço.

_João?! _ Gritou Miguel
Silencio
De fato ele já estava dentro da sala do estoque iluminando tudo com a luz do celular. A porta estava semi aberta. Conseguiu ver  membros gordos de João de relance. Estava deitado. O que era aquela coisa escura se movendo pelo chão? Sangue. O sangue estava saindo do corpo caído de João. Miguel irrompeu pela porta, abrindo-a com estardalhaço. Mas qual não foi a sua surpresa ao ver aquela criatura em cima dele. Um cachorro? Parecia um cachorro pela estrutura do corpo e das patas traseiras. Mas as da frente não eram patas, eram... braços... com garras.

Estava devorando as carne em volta do pescoço de João. Ao ouvir a porta batendo, o monstro olhou instintivamente para a fonte do barulho. Seus olhos eram amarelos, seu dentes eram grandes expostos, de modo que não cabiam na boca. Seus pelos eram negros, o que o ajudava a se camuflar na penumbra.

O monstro se levantou, ficando sobre as patas traseiras. Ooops! Não era um cão afinal. Miguel ficou paralisado de pavor ao ver que a lenda dos lobisomens era verdadeira. Os instintos de sobrevivência de Miguel falaram mais alto, então saiu correndo para dentro de novo. Mas mal deu dois passos para dentro, o lobisomem já o havia dado o bote por trás, cravando suas garras nas costa de Miguel, derrubado enfiando seus dentes pontiagudos no crânio de Miguel. E ele era pesado demais, e sua mordida, muito potente. Sua morte foi instantânea.


Os instintos do lobisomem o alertaram que havia mais alguém ali, atrás dele. Ele se virou e viu o terror estampado no olhos de uma mulher. Olhar esse, que já estava acostumado a ver.

Daniele então fugiu, correndo como nunca correu em sua vida. Aos trancos e barrancos ela saiu derrubando tudo até atingir a porta de vidro da frente, que ainda estava aberta. O lobisomem saiu atrás dela galopando. Decidiu embosca-la; enquanto ela passava pela porta da frente, ele pulou pela janela de vidro.

Os dois já do lado de fora, ele se colocou de pé na frente dela. Ele gritou e ela parou. A besta mostrou suas garras. e a golpeou na cabeça. Não a matou, mas a nocauteou. Ele pegou o corpo inerte da mulher, e a levou para trás, para estupra-la e depois mata-la.

Seus corpos foram achados muito tempo depois, ou melhor, partes deles. Os caminhoneiros que passavam ali estranharam, e depois reparam no cheiro de putrefação no ar. Cada tipo de animal exala um tipo diferente de cheiro quando morre, e esse cheiro era com certeza, carniça humana. A policia chegou, e seus corpos foram identificados através de exame de DNA, impressões digitais, e arcada dentária. O "crime" nunca foi esclarecido.

FIM

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Lobisomem à vista

REPORTAGEM

Nos filmes da série ‘Crepúsculo’, ele é bonzinho e disputa a mocinha. Mas o homem-lobo sempre causou medo, como na antiga história do Campestre do Menino Deus

(...)

 A figura do lobisomem exerce uma relação ora de encantamento, ora de pavor em muitas pessoas. Na psiquiatria, existe até uma doença, chamada licantropia, desvio mental em que o paciente julga ter características de um lobo.

A origem da lenda está na mitologia grega. Mas ela começou a se difundir a partir da Europa onde o mito ligado ao paganismo se associou ao medo que os camponeses tinham dos lobos.

No Brasil, o que não faltam são versões. Uma delas tem origem em Santa Maria, no bairro Campestre do Menino Deus. Por lá, há muitos anos, teria surgido um monstro que misturava formas humanas e de lobo. A última aparição da criatura, de cerca de um metro de altura, teria ocorrido em 1996. Naquela época, alguns moradores teriam saído atrás do bicho, mas encontrado só rastros. Até um taxi teria sido arranhado pelo homem-lobo. O taxista teria conseguido fugir a tempo de se salvar.

A lembrança é de muito pavor
 

Quem vê o aposentado Nelson Fenalti, 70 anos, cuidar tranquilamente de sua horta na frente de casa não imagina o tormento pelo qual ele passou nos anos 90, quando viu – ainda que de longe – uma criatura que jura, de pés juntos, ser um lobisomem.

– A minha mãe tinha visto muitos lobisomens quando morava em Itaara. Nós já sabíamos que era um bicho perigoso. Quando vi, ele passou correndo por mim. Era como um cachorro, só que bem maior, todo preto, com os olhos vermelhos – conta Fenalti.

Uns dizem que a maldição do lobisomem acontece ao oitavo filho de uma geração só de homens. Outros garantem que é puro castigo ou penitência que Deus dá ao homem que não é batizado, que fica 10 anos sem se confessar ou sem pôr a mão na água-benta. Há quem garanta ainda que é pena aplicada a quem falta ao respeito para com os pais ou padrinhos. E, quem for mulher, não pense que escapa, pois, como não pode ser lobisomem, vira bruxa.

Para tentar contar um pouco sobre a história do lobisomem, não só o do Campestre, mas o do mito que há séculos povoa a imaginação de tanta gente, a revista MIX foi atrás de filmes, livros e especialistas no assunto. Nas próximas páginas você fica sabendo desde o que diz a lenda sobre a transformação de um homem em lobo até crimes envolvendo a criatura.

É claro que há aqueles para quem tudo isso não passa de crendice e que garantem que, para ver lobisomem, será preciso folhear alguma obra literária, ir ao cinema ou assistir a uma das séries de televisão que surgiram sobre o tema.

Por via das dúvidas, se for noite de lua cheia e você estiver desconfiado de que está perto de um lobisomem, a menos que tenha um revólver carregado com bala de prata e seja bom de pontaria, abaixe os olhos e esconda as unhas para não provocá-lo. Crendice ou não, é sempre melhor prevenir do que remediar, principalmente porque, segundo o folclore, não há remédio – nem de benzedeira – que possa curar tal maldição.

marilice.daronco@diariosm.com.br  

MARILICE DARONCO

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